FARTURAS
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FARTURAS


Quentes e Boas! Não são castanhas assadas mas sim farturas.

Estamos em plena Feira de Maio. Quando se pensa nesta feira pensa-se nos carrocéis e também nas farturas. Especialidade portuguesa adaptada dos finos churros espanhóis, mas nós por sermos mais gulosos, é tudo à fartura.

Farturas ou churros, simples ou recheados, têm de ter açúcar e canela. Fartura sem esta dupla não é fartura.

Não há nada como comer uma fartura directamente da roulotte das farturas, bem quente, é o cheiro da massa e da canela misturado com o barulho dos carrocéis e dos gritos das crianças, são as luzes coloridas da decoração do recinto, ou simplesmente o pó que se levanta do chão recém-ensaibrado e o odor do óleo da fritura (que já deveria ter sido mudado há muito, ou não)... Qualquer que seja a razão pela qual gostamos de farturas, não deixem de as comer numa dessas inúmeras roulottes que se multiplicam como cogumelos.

Durante muitos anos quis saber como fazer farturas. Via o dono da roulotte fritá-las, com uma seringa gigantesca agarrada com as duas mãos, como se de um guiador de mota se tratasse, e apertada com o ombro, mas não sabia o que levava a massa. É certo, que quem já as comprou na rua, e já olhou para dentro da roulotte viu nas prateleiras os ingredientes: farinha Branca de Neve fina (do rótulo azul) e óleo Fula. Mas seria só isto?

Procurei, li e fiz várias massas, mas todas de sabor horrível, com ovos, baunilha, bicarbonato de sódio, água fervente para escaldar a farinha, sei lá...

Cheguei à conclusão que os ingredientes tinham de ser simples e baratos, pois se não, as roulottes de farturas não exitiam em tão grande quantidade numa mesma feira.

Afinal de contas, uma fartura custa 1 EUR comprada na rua e em casa fica por metade deste valor todo o prato que apresento.

Mesmo depois de as conseguir clonar, as farturas para mim nunca perderam o seu encanto.

Para distribuir a massa uso um saco pasteleiro com bico de estrela larga. Pode ser usado outro bico mais fino ou uma seringa de pasteleiro, para fazer churros.

A dificuldade nesta receita é o ponto da massa, não deve ficar dura, deve fluir, mas não muito, pois senão sai do saco pasteleiro.

Fiz assim...

FARTURAS


INGREDIENTES
300g de farinha Branca de Neve fina (rótulo azul - com fermento)
2,5-3dl de água fria
1 colher (café) de sal fino
açúcar e canela
óleo Fula para a fritura

PREPARAÇÃO
Aquecer óleo abundante numa frigideira de grande diâmetro (o maior que tivermos).
Preparar a mistura de açúcar e canela numa taça.
Preparar o saco pasteleiro munido de um bico de estrela larga.
Numa tigela misturar a farinha, o sal e os 2.5dl de água. Mexer bem e rapidamente (se precisar acrescenta-se mais água). Colocar a massa no saco e espremer para o óleo, em espiral, da periferia da frigideira para o centro. Levantar o saco para cortar a massa (se esta não cortar é porque tem pouca água).
Fritar rapidamente, virar (uso 2 paus do restaurante chinês) quando dourado e escorrer em papel absorvente.
Repetir o procedimento até esgotar toda a massa.

Cortam-se as farturas com uma tesoura e passam-se por açúcar e canela, quando ainda quentes.

NOTAS, MAS NÃO MENOS IMPORTANTES
- A água deve ser fria, não morna;
- Se a farinha usada não contiver fermento (auto-levedante) acrescenta-se 1 colher (café) de fermento em pó;
- Diferentes marcas/lotes de farinha têm absorção de líquidos diferente, por isso é preferível começar com pouca água e acrescentar mais, se necessário;
- Não se deve mexer muito a massa para que o glúten não se forme (diferente daquilo que queremos para o pão). Por isso o óleo deve estar bastante quente para que a massa não espere;
- Querendo fazer mais do que uma receita, deve fazer-se uma massa de cada vez pelo motivo anterior;
- As farturas devem fritar dentro do óleo, tipo batatas fritas;
- Se a fritura for lenta, o interior ficará amarelado e não branco, a massa frita saberá a ovo (pode ser também da farinha);
- Se as farturas ficarem com "hérnias" de massa, é porque a quantidade de fermento foi grande, reduzir um pouco na próxima.



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